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Entrevista - a jornada indie rural de Guito Show

No ar em "Pantanal" como o mais novo queridinho da TV e da internet, o ator e cantor Guito bateu um papo com o Mixtape 90 sobre a carreira musical, referências artísticas e muito mais

Guito, a Banda de Um Homem Só | Foto: instagram/@guitoshow

"Quero voltar aos meus sonhos, voltar para onde viemos / É muito tempo pra mim até que eu encontre meu lugar". Esses são os versos de "Dead Ends Road", canção folk composta em inglês pelo ator e cantor mineiro Guito — nome artístico de Diogo Brito — junto com o primo dinamarquês Asger Lund Johnsen.

Intérprete do peão Tibério na novela das nove, o artista de 38 anos é natural de Lavras (MG) e, já no primeiro trabalho como ator, conquistou o público na TV e na internet com a nova versão de "Pantanal", de Bruno Luperi. Fã dos folhetins rurais de Benedito Ruy Barbosa desde criança, Guito embarcou numa jornada de meses de testes, dedicação e muito foco até conseguir o papel de uma das personagens mais queridas da teledramaturgia brasileira atualmente.

Voltando aos versos da reflexiva "Dead Ends Road", quem vê Tibério junto à peãozada nas rodas de viola nem imagina que a carreira de Guito antes de interpretar o admirador nada secreto da Muda (Bella Campos) carrega muito folk, country, indie e música caipira em uma carreira musical de mais de seis anos. Formado em agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), Guito já morou na Dinamarca, já foi epidemiologista de plantas, operador da Bolsa de Valores e executivo de marketing até tomar a decisão de partir em uma jornada indie como Banda de Um Homem Só pelo interior do Brasil à bordo de uma Ford Rural 1972. "Comprei a Rural com a ideia minimalista de não ter carro, de ter coisas mais simples, eu também tenho um bistrôzinho que vendo queijos, vinhos e outras coisas além de, claro, levar minha música. A Rural é meu palco, minha casa", comenta o artista.

Guito segue com a Rural Stage pelo interior do Brasil | Foto: instagram\@guitoshow

Na estrada, Guito se reencontrou ao remar contra a maré do mundo cada vez mais acelerado. Ele pediu demissão de uma multinacional da capital de São Paulo e voltou para o interior de Minas Gerais em busca de maior controle do que desejava, "voltar para onde veio", ficar mais perto da família, dos filhos, dos conterrâneos e da música caipira. Com o projeto "Rural Stage", o ator e cantor resolveu criar histórias ao oferecer uma experiência nova ao público e também seguir em busca de autoconhecimento. Com sete singles já lançados nas plataformas digitais de música e clipes no Youtube, Guito Show já tem mais quatro canções gravadas para divulgar em paralelo ao trabalho na TV.

Foi em uma conversa massa pelo WhatsApp entre um intervalo e outro das gravações da novela, que Guito Show bateu um papo com o Mixtape 90 sobre música, referências artísticas, experiências de vida e ainda deixou uma playlist repleta de folk, música caipira e country. Bora lá?


MIXTAPE: Guito, vamos lá do começo? Como e quando surgiu a música na tua vida?


GUITO: Meu avô materno era um tocador de choro. Quando ele morreu, eu tinha uns 13 anos. Depois disso, todos os netos herdaram os instrumentos dele. Quando a gente chegou aos 14/15 anos querendo fazer umas graças para as moças, despertou esse interesse pela música.



MIXTAPE: O projeto com a "Rural Stage" é bem diferente. Como surgiu essa ideia?


GUITO: A ideia da Rural surgiu logo quando eu abandonei a vida executiva seis anos atrás. Eu larguei a capital de São Paulo, voltei para o interior em busca de um controle maior da minha vida. Como eu trabalhava na área de marketing de uma grande multinacional, criei um projeto para ter um produto diferente, um show diferente. No meu caso, queria atrair um nicho com algo que nem se caracterizava como show grande nem show pequeno, algo que pudesse despertar um momento raro para o público durante as apresentações. Compre a Rural com a ideia minimalista de não ter carro, de ter coisas mais simples, tenho também um bistrôzinho que vendo queijos, vinhos e outras coisas além de, claro, a minha música. A Rural é meu palco, minha casa.


MIXTAPE: Os primeiros singles foram gravados em inglês com pegada folk, country e indie. Como é o processo de compor em inglês?


GUITO: Eu morei na Dinamarca uma temporada e tenho um primo que é dinamarquês, o Asger Lund Johnsen. Lá na roça da minha avó, durante as férias, a gente rabiscou uns versos e fizemos umas músicas juntos. A "Dead Ends Road", inclusive, é dele e eu adaptei para a viola. Nós temos um bocado de composições conjuntas em inglês,. Com o mundo de hoje, somos cidadãos universais, conseguimos acessar qualquer país através da comunicação. A música ficou mais fácil de propagar mundialmente e a "Dead Ends Road", inclusive, foi classificada para a final de um festival em Nashville (EUA). No primeiro momento da minha carreira, meu público era mais por esses países: EUA e Canadá.


MIXTAPE: Quando se fala em música, quais são as suas maiores referências?


GUITO: Minhas grandes referências em música são Tião Carreiro, Almir Sater, Leonardo, Chitãozinho & Xororó. Confesso que escutei muito pouco música na vida, nunca fui de comprar CDs, de ir a shows, a minha referência acaba sendo de tudo um pouco. Na época de faculdade, por exemplo, eu tive uma banda de rock. A minha música carrega muito mais da minha estrada, da minha jornada. Outro exemplo: muita gente assimila Bob Dylan à minha música, mas eu escutei muito pouco de Bob Dylan na vida. De tanto tocar violão e gaita com suporte nos shows, a galera pedia muito as músicas do Dylan. Quando fui conhecer de verdade, fiquei vidrado principalmente com as letras dele. O grupo Dave Matthews Band também é uma grande referência para mim.

Guito em cena com Almir Sater, seu grande ídolo | Foto: João Miguel Júnior

MIXTAPE: Há alguma novidade para a carreira musical em paralelo com a novela? Um álbum, talvez?


GUITO: Sim, já temos quatro singles para serem lançados. Estamos só esperando a produção de audiovisual, as músicas em si já estão todas prontas. Vão chegar por aí ou junto com a novela ou um pouco depois. Aguardem novidades.


MIXTAPE: Guito, ao final de cada entrevista, a gente sempre pede ao convidado que deixe uma mixtape do que está ouvindo no momento. Você tem algo?


GUITO: No momento, por influência do Almir Sater inclusive, eu tenho escutado muito Mark Knopfler. Almir quem me indicou. Como eu já escutei praticamente tudo do Tião Carreiro e do próprio Almir Sater, sempre gosto de garimpar umas duplas antigas: Goiano & Paranaense, Milionário & José Rico, por aí vai. Hoje o gênero musical que mais escuto é o indie. Procuro harmonias, gosto de explorar coisas diferentes para levar isso para a realidade do Brasil. Nacionalmente, eu tenho escutado muito Murillo Augustus, Francis Rosa, gosto muito também das meninas Anavitória.


Ouça Guito Show aqui:

Instagram: @guitoshow

Twitter: @guitoshow

Youtube: Guito Show


Fotos divulgação/Pantanal: João Miguel Júnior

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